12/03/2021 - Geografia, História
Meninas e a vulnerabilidade do casamento infantil
Olá Professora! Olá professor!
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, abordarei um assunto ainda pouco divulgado pela mídia e que atinge sobretudo as mulheres: o casamento infantil. De acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) que é a agência de desenvolvimento internacional da ONU, a qual trata de questões populacionais, apontou para uma redução das taxas globais de casamento infantil. No início deste século, uma a cada três mulheres entre 20 e 24 anos afirmou ter se casado enquanto eram crianças. Já em 2017, esse número era de uma a cada cinco. Ao mesmo tempo que entre os meninos, o índice era de um para cada vinte e cinco que se casaram antes dos 18 anos (com meninas ainda mais jovens). Contudo, acredita-se que se não houver esforços governamentais, até 2030, os números tendem a subir, pois esses casamentos arranjados atingem sobretudo os países de baixa e média renda, que são também, os mais afetados pela pandemia do Covid-19.
Nessa semana, o UNICEF (Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância) declarou que o fechamento de escolas, o estresse econômico, as interrupções em serviços, gravidez e morte dos pais devido à pandemia estão colocando as meninas mais vulneráveis em maior risco de casamento infantil, pois nesse momento de crise, muitos familiares veem no casamento de suas meninas, uma forma de mitigar seus problemas financeiros imediatos.
Ainda, de acordo com este mesmo órgão, há em todo o mundo, cerca de 650 milhões de meninas e mulheres que se casaram antes de completar 18 anos, sendo que praticamente metade desses casamentos ocorreram em Bangladesh, Brasil, Etiópia, Índia e Nigéria.
Diante desse quadro, faz-se necessário mudanças, no sentido de garantir o avanço na equidade de gênero e no fortalecimento dos direitos dessas meninas, que em razão das circunstâncias (econômicas, culturais e/ou religiosas), encontram-se em condições vulneráveis, por isso, a necessidade de assegurar a educação para elas, pois é por meio da informação e do conhecimento que poderão transformar suas vidas, garantir o seu empoderamento e a possibilidade de argumentar de maneira assertiva sobre essa e outras questões.
Ao verificar a BNCC, é possível perceber que o documento incentiva ações como as citadas, com destaque para a competência geral 07 que trata da Argumentação:
“Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta”.( p. 09).
E também é um assunto que está vinculado a algumas habilidades de Geografia:
(EF05GE02) Identificar diferenças étnico-raciais e étnico-culturais e desigualdades sociais entre grupos em diferentes territórios.
(EF08GE03) Analisar aspectos representativos da dinâmica demográfica, considerando características da população (perfil etário, crescimento vegetativo e mobilidade espacial).
(EF08GE06) Analisar a atuação das organizações mundiais nos processos de integração cultural e econômica nos contextos americano e africano, reconhecendo, em seus lugares de vivência, marcas desses processos.
(EF08GE12) Compreender os objetivos e analisar a importância dos organismos de integração do território americano (Mercosul, OEA, OEI, Nafta, Unasul, Alba, Comunidade Andina, Aladi, entre outros).
(EF09GE03) Identificar diferentes manifestações culturais de minorias étnicas como forma de compreender a multiplicidade cultural na escala mundial, defendendo o princípio do respeito às diferenças.
(EF09GE15) Comparar e classificar diferentes regiões do mundo com base em informações populacionais, econômicas e socioambientais representadas em mapas temáticos e com diferentes projeções cartográficas.
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Grande abraço e até o próximo post!
Equipe Assessoria de Geografia
Referências:
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2018. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em: 25 março de 2020
GUIMARÃES, F. (trad.) Sete coisas que você não sabia sobre o casamento infantil. Artigo publicado em 04 Fev. 2020. Disponível em: https://brazil.unfpa.org/pt-br/news/sete-coisas-que-voc%C3%AA-n%C3%A3o-sabia-sobre-o-casamento-infantil> Acesso em: 11 mar. 2021
REIS, Elisa M. 10 milhões de meninas a mais em risco de casamento infantil devido à Covid-19. Comunicado de imprensa publicado em 08 mar. 2021. Disponível em: <https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/10-milhoes-de-meninas-a-mais-em-risco-de-casamento-infantil-devido-a-covid-19> Acesso em: 11 mar. 2021
Fonte imagem: https://pixabay.com/pt/photos/%C3%ADndia-favelas-pobre-irm%C3%A3o-irm%C3%A3-2507482/ Acesso em 11 mar. 2021