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29/03/2022 - Ensino Religioso, História

História de vida co...

    Olá professores!     Você gosta de ler biografias? Já fez uso desse gênero literário em sala de aula? Você já percebeu como nossos alunos naturalmente se interessam mais por alguns personag...

29/03/2022 - Ensino Religioso, História

História de vida como metodologia para o ensino de história e ensino religioso

 

 

Olá professores!

 

 

Você gosta de ler biografias? Já fez uso desse gênero literário em sala de aula? Você já percebeu como nossos alunos naturalmente se interessam mais por alguns personagens históricos do que por outros?

 

É comum que o interesse por algum personagem histórico parta do aluno, pois eles conhecem diversas figuras históricas por meio de jogos de videogames, internet e também filmes, sendo assim, sua curiosidade é aguçada em querer conhecer um pouco mais sobre tais pessoas. (LAVEZO, 2020, p. 5)

 

Mas, aqui queremos falar da história de vida para além das famosas biografias, que muitas vezes são usadas como roteiro para filmes e séries, pensamos a utilização da história de vida como metodologia que fomente em nossos alunos o aprendizado do conhecimento histórico, bem como a percepção deste aluno enquanto sujeito histórico, protagonista e não apenas coadjuvante na construção da História.

 

No século XIX, a disciplina de História estava vinculada ao estudo dos heróis, suas histórias e seus feitos, bem como fundamentada nos documentos oficiais, tendo em vista que a noção de veracidade era norteadora dos estudos históricos, ou seja, os demais documentos (visuais, materiais e orais) não eram tratados com credibilidade, somente os documentos oficiais escritos. (MALHEIROS e CAINELLI, p. 2)

 

Portanto, ao propor o uso da história de vida como metodologia nas aulas de história, não queremos limitar aos locais dos fatos históricos, bem como os nomes, datas, motivos e consequências, associadas aos mesmos.

 

O conceito sobre a história vista de baixo, abordado por Jim Sharpe (2011) em seu capítulo, no livro “A escrita da história: novas perspectivas”, organizado por Peter Burke (2011), traz justamente esse contexto dos “bastidores” da história, dando exemplos de documentos deixados por “pessoas comuns”, que participaram de um fato histórico (guerra, revolução, por exemplo), e que contam sobre o mesmo, a partir de seu ponto de vista, ou de sua  participação. Seria, basicamente, a história sendo relatada sob um outro olhar, uma nova perspectiva, um ângulo ainda não observado. (MALHEIROS e CAINELLI, p. 3)

 

Com isso, percebemos a história de vida como metodologia para desenvolvermos “conteúdos como preconceito racial, divulgação científica, política e mídias, educação, gênero, entre outros, a partir de biografias”.

 

A biografia se apresenta como um meio que possibilita e também facilita a discussão histórica porque desperta a curiosidade dos alunos em razão de nomes e faces de processos históricos. Não se trata de voltar à velha História tradicional, àquela dos grandes homens, mas sim de contribui à História Social e Cultural. (MALHEIROS e CAINELLI, p. 4)

 

Conhecer a história de sujeitos históricos que ao longo dos anos foram marginalizado permite-se desenvolver a “empatia história”, ou “empatia pedagógica”, definida por Anilton Diogo Santos (2017). Com isso, nosso aluno pode cada vez mais se perceber como agente histórico.

 

Apresentar diferentes histórias de vida é a proposta do Museu da Pessoa, acesse o site e conheça esse trabalho.

 

O que acha de fazer o Museu da Pessoa com história do seu município? Peça que seus alunos pesquisem, entrevistem pessoas locais, para que assim entendam melhor e seu meio e se perceba como pertencente à ele.

 

 

Página inicial do site Museu da Pessoa

 

 

Daqui em diante você verá, no nosso Blog, diversas postagem sobre diferentes histórias de vida, esperamos que essas postagens incentivem ainda mais o seu trabalho com essa metodologia.

 

 

Bom trabalho!

 

 

Equipe Assessoria de História e Ensino Religioso

Sempre que precisar entre em contato conosco: historia@aprendebrasil.com.br
Siga nossas redes sociais: Instagram @aprendebrasil / YouTube: Sistema Aprende Brasil

 

 


Referências:
MALHEIROS, Eliane dos Santos; CAINELLI, Marlene Rosa. A HISTÓRIA DE VIDA COMO METODOLOGIA PARA O ENSINO DE HISTÓRIA. Disponível em: <https://dspace.unila.edu.br/bitstream/handle/123456789/4193/78027.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 18 mar 2022.
LAVEZO, Juliana. A BIOGRAFIA NAS AULAS DE HISTÓRIA: EXPERIÊNCIAS EM SALA DE AULA. XI Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História, História, Memórias e Projetos para o ensino de História no Brasil, 2020. Disponível em: <https://www.perspectivas2020.abeh.org.br/resources/anais/19/epeh2020/1606789630_ARQUIVO_4adb88d25cbe550bb37616601374b81f.pdf>. Acesso em: 18 mar 2022.

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30/09/2021 - História

Entre o online e off...

Olá Professoras e Professores   Ao longo dessa semana teremos mais uma edição do Percurso Pedagógico: ideias para repensar o planejamento (ensino remoto, presencial e híbrido). Dessa vez é dedicada ao volume 4...

30/09/2021 - História

Entre o online e offline: uso de recursos digitais nas aulas de História

Olá Professoras e Professores

 

Ao longo dessa semana teremos mais uma edição do Percurso Pedagógico: ideias para repensar o planejamento (ensino remoto, presencial e híbrido). Dessa vez é dedicada ao volume 4 do Livro Didático Integrado, as lives de História ao tema: Entre o online e offline: uso de recursos digitais nas aulas de História.

 

 

Veja programação completa clicando aqui.

 

 

Na live voltada para Professores do Ensino Fundamental Anos Iniciais fizemos uma breve discussão sobre a temática e exemplificaremos como abordá-las a partir do Livro Didático Integrado do Sistema de Ensino Aprende Brasil, além de fazer sugestões e indicações práticas.

 

 

Para facilitar seu acesso aos recursos indicados disponibilizamos abaixo uma lista indicando onde localizá-los. Veja:

 

Sobre Brinquedos e Brincadeiras do passado falamos sobre os seguintes recursos:

 

  • Projeto Alecrim: Brincadeiras Cantadas, acesse o vídeo clicando aqui.
  • Leitura: O que são cantigas de roda?, acesse o texto clicando aqui.

 

Para uma trabalho com obras de arte indicamos os seguintes recursos:

 

Para o tema Profissões sugerimos a criação de Linhas do tempo interativas e online:

 

Sobre Patrimônios indicamos os recursos:

 

Sobre Meios de Transporte e Cidadania indicamos:

 

Para o tema História da Comunicação e dos Meios de Comunicação sugerimos a criação de um Jogo da Memória online:

 

Quais temas você gostaria de ver nos próximos encontros? Compartilhe conosco.

 

*Material produzido em parceria entre: Equipe Assessoria de História e Professora Daniela Pereira da Silva

 

 

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17/05/2021 - Ciências

Ciência como ferram...

Carl Von Linné https://escola.britannica.com.br/artigo/Carlos-Lineu/632188)(1707-1778)  é o nome de um naturalista amplamente estudado e conhecido pelos professores de Ciências. Lineu, como é chamado na língua por...

17/05/2021 - Ciências

Ciência como ferramenta de legitimação do preconceito

Courtesy of the Nationalmuseum, Stockholm

Carl Von Linné https://escola.britannica.com.br/artigo/Carlos-Lineu/632188)(1707-1778)  é o nome de um naturalista amplamente estudado e conhecido pelos professores de Ciências. Lineu, como é chamado na língua portuguesa, tem grande importância para o estudo das Ciências Naturais, especialmente pelo desenvolvimento do seu consagrado sistema taxonômico, utilizado até hoje para classificar os seres vivos.

O que talvez poucos educadores saibam é que em sua obra mais importante, Systema Naturae (1735), ao incluir o ser humano no reino animal o naturalista classifica os homens em quatro (4) variedades distintas, que levavam em conta não apenas a cor da pele, mas também os atributos morais, tais como:

Europeus albus – branco, inventivo, engenhoso, governado por leis.

Americanus rubesceus – moreno, amante da liberdade, irascível, governado pelos costumes.

Asiaticus luridus – amarelado, orgulhoso, avaro, governado pela opinião.

After niger – negro, preguiçoso, astuto, negligente, governado pela vontade arbitrária dos seus senhores. (Poliakov, 1974, p.137).

Atualmente olhar para estas definições soa como ofensivo e discriminatório, além de cientificamente incorreto, mas então como e por que este médico/botânico sueco ainda é tão importante para o estudo da Biologia?

Em nossas formações você já deve ter ouvido que a Ciência é uma atividade humana com determinações sociais e econômicas, sujeita a erros e acertos. Esta classificação foi publicada em 1735 e estudada por pesquisadores em diversas partes do mundo, e retrata exatamente o pensamento de uma elite social e intelectual branca da época, interessada em manter a sua

hegemonia e privilégios, buscando na Ciência meios de legitimar diferenças entre os seres humanos. Aqui no Brasil, este pensamento de utilização da pesquisa científica como discurso legitimador da superioridade branca sobre os outros seres humanos, encontrou terreno fértil em diversos estudos realizados por cientistas do Museu Nacional, em suas conferências e cursos públicos que ocorreram no Rio de janeiro entre 1870 e 1889. Nomes como Ladislau Netto, Louis Couty e João Baptista de Lacerda utilizaram a classificação de Lineu, estudos da evolução, da Antropologia, além da observação e estudos realizados com crânios e esqueletos que faziam parte do acervo do museu Nacional, para difundir as diferenças existentes entre as diversas “raças”  humanas, buscando defender uma superioridade branca sobre outros humanos, como os negros, asiáticos e  indígenas, como pode ser conferido no livro, Darwinismo, raça e gênero de Karoline Carula, historiadora, que descreve com detalhes o papel importante das conferências do museu Nacional como instrumento de influência social sobre a elite brasileira.

Sabemos hoje, graças ao avanço da genética e outras Ciências, que independente da cor da nossa pele todos somos parte de uma única espécie, somos os únicos hominídeos sobreviventes, os Homo sapiens. Todos os representantes desta espécie apresentam o mesmo desenvolvimento biológico, as mesmas capacidades e possibilidades evolutivas, o que impossibilita qualquer tentativa de se legitimar o preconceito racial ou de gênero entre a espécie humana por meio da Ciência. Nem sempre foi assim, muito se tentou e se especulou para provar que determinados grupos eram superiores há outros, merece

ndo, portanto, privilégios ou domínio sobre grupos diferentes e diversos. Se biologicamente esta é uma questão resolvida, ainda temos muito que desenvolver em termos sociais, educativos e de políticas públicas.

Esta reflexão aqui apresentada é uma iniciativa para convidar a todos(as) para participar, a partir do dia 8 de junho, de uma série de lives “Reflexões sobre práticas pedagógicas: caminhos para uma educação antirracista.” O evento será realizado no Canal do Youtube do Sistema de Ensino Aprende Brasil, organizado pela Assessoria de Área.

 

Vamos aprender um pouco sobre este tema e ajudar a melhorar cada vez mais a nossa sociedade? Espero vocês lá!

Até mais!

Assessoria de Ciências da Natureza

Para saber mais, leia também:

Preconceito, discriminação e racismo (http://educadores.aprendebrasilon.com.br/blogassessoria/2021/05/17/preconceito-discriminacao-e-racismo/)

Racismo: ainda precisamos falar sobre isso? (http://educadores.aprendebrasilon.com.br/blogassessoria/2021/05/05/racismo-ainda-precisamos-falar-sobre-isso/)

Os negros são racistas? (http://educadores.aprendebrasilon.com.br/blogassessoria/2021/05/10/os-negros-sao-racistas/)

Habilidades mobilizadas (BNCC): http://basenacionalcomum.mec.gov.br/:

(EF01CI04) Comparar características físicas entre os colegas, reconhecendo a diversidade e a importância da valorização, do acolhimento e do respeito às diferenças.

(EF07CI06) Discutir e avaliar mudanças econômicas, culturais e sociais, tanto na vida cotidiana quanto no mundo do trabalho, decorrentes do desenvolvimento de novos materiais e tecnologias (como automação e informatização).

(EF09CI08) Associar os gametas à transmissão das características hereditárias, estabelecendo relações entre ancestrais e descendentes.

(EF09CI09) Discutir as ideias de Mendel sobre hereditariedade (fatores hereditários, segregação, gametas, fecundação), considerando-as para resolver problemas envolvendo a transmissão de características hereditárias em diferentes organismos.

(EF09CI10) Comparar as ideias evolucionistas de Lamarck e Darwin apresentadas em textos científicos e históricos, identificando semelhanças e diferenças entre essas ideias e sua importância para explicar a diversidade biológica.

(EF09CI11) Discutir a evolução e a diversidade das espécies com base na atuação da seleção natural sobre as variantes de uma mesma espécie, resultantes de processo reprodutivo.

Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf>. Acesso em: abril  de 2021.

CARUTA, Karoline. Darwinismo, raça e gênero. Projetos modernizadores da nação em conferências e cursos públicos. (Rio de Janeiro; 1870-1889). Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2016.

POLIAKOV, Léon. O mito ariano. São Paulo, SP: Perspectiva/Edusp, 1974.

 

 

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08/04/2021 - Ensino Religioso, História

Mão na massa, Brasi...

Palavras-chave: Saber escolar, conhecimento histórico escolar, temporalidade. Segmento/ano: Ensino Fundamental.     Olá, professor e professora!   No último post falamos sobre as diversas formas de sabe...

08/04/2021 - Ensino Religioso, História

Mão na massa, Brasil! – Conhecimento histórico escolar

Palavras-chave:

Saber escolar, conhecimento histórico escolar, temporalidade.

Segmento/ano:

Ensino Fundamental.

 


 

Olá, professor e professora!

 

No último post falamos sobre as diversas formas de saber. Pontuamos que o saber escolar não é uma mera reprodução do conhecimento científico e nem mesmo um espaço de recusa do saber popular. Para ler clique AQUI.

 

Quando o assunto é Ensino de História, falamos do conhecimento histórico acadêmico e do conhecimento histórico escolar.

 

O acadêmico, está representado no que chamamos de historiografia, da História escrita. Para isso, historiadores partem de processos metodológicos específicos, utilizam a leitura de fontes históricas e desenvolvem uma narrativa escrita sobre o período histórico que estudaram. Isso inclui qualquer tipo de produção que possa ser entendida como registro: documentário, HQ, jogo, livro, artigo, etc.

Por sua vez, o conhecimento histórico escolar parte da vida prática dos estudantes para ser desenvolvida. A intenção não é formar mini historiadores, mas apresentar aos estudantes instrumentos da História que eles possam usar para uma leitura de mundo mais crítica. Ou seja, o conhecimento histórico escolar não é apenas uma parte do acadêmico, e sim um outro saber.

Hoje vamos convidar você professor a realizar uma atividade com seus estudantes. A intenção dela é que os educandos desenvolvam seus instrumentos de leitura de mundo por um olhar histórico. Para isso o primeiro passo é escolher um calendário de outro período histórico do qual tenhamos acesso e comprar ele com o que utilizamos atualmente.

 

Para exemplo, selecionamos o calendário egípcio:

Você pode baixar o arquivo em PDF clicando na imagem ou AQUI.

 

Explorar as semelhanças e diferenças dos dois sistemas auxilia o estudante na percepção do tempo a sua volta.

Após debater sobre esses aspectos o convite é para que o estudante desenhe o seu dia trazendo elementos de tempo e temporalidade que ele percebe. Aqui podem aparecer os diferentes períodos do dia, horários, objetos de medição como o relógio, variações de temperatura, etc. O objetivo é aguçar a percepção dos estudantes sobre tempo e temporalidade baseado na vida prática deles.

Você, professor, pode utilizar essa proposta como um momento avaliativo, por exemplo!

 

Para saber mais sobre tempo e temporalidade, temos um post sobre isso, acesse clicando AQUI.

 

Habilidades mobilizadas (BNCC):

EF05HI06 Comparar o uso de diferentes linguagens e tecnologias no processo de comunicação e avaliar os significados sociais, políticos e culturais atribuídos a elas.

EF01ER05 Identificar e acolher sentimentos, lembranças, memórias e saberes de cada um.

EF01GE05 Observar e descrever ritmos naturais (dia e noite, variação de temperatura e umidade etc.) em diferentes escalas espaciais e temporais, comparando

a sua realidade com outras.

 

*Texto escrito em parceria entre: Equipe Assessoria de História e Ensino Religioso e a Professora Daniela Pereira da Silva

Sempre que precisar entre em contato conosco: historia@aprendebrasil.com.br
Siga nossas redes sociais: Instagram @aprendebrasil / YouTube: Sistema Aprende Brasil

 

Referências:
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf>. Acesso em: março de 2021.
FERREIRA, Marieta de Morais; OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. Dicionário de Ensino de História. Editora FGV, 2019.
LOPES, Alice. Reflexões sobre currículo: as relações entre senso comum, saber popular e saber escolar. Em Aberto, v. 12, n. 58, 1993.
PLANETÁRIO. Fundação planetário da cidade do Rio de Janeiro. Página inicial. Disponível em: <http://planeta.rio/>.  Acesso em: 20 de março de 2021.

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17/03/2021 - Ensino Religioso, História

Mão na massa, Brasi...

  Palavras-chave: Prática pedagógica, tempo, periodização. Segmento/ano: Ensino fundamental e educação infantil. Objetivos de aprendizagem (BNCC): Identificar e utilizar diferentes marcadores do tempo presente...

17/03/2021 - Ensino Religioso, História

Mão na massa, Brasil! – O tempo da prática

 

Palavras-chave:

Prática pedagógica, tempo, periodização.

Segmento/ano:

Ensino fundamental e educação infantil.

Objetivos de aprendizagem (BNCC):

  1. Identificar e utilizar diferentes marcadores do tempo presentes na comunidade, como relógio e calendário. 
  2. Selecionar situações cotidianas que remetam à percepção de mudança, de pertencimento e de memória.
  3. Identificar as transformações ocorridas na cidade ao longo do tempo e discutir suas interferências nos modos de vida de seus habitantes, tomando como ponto de partida o presente.

 


 

Olá!

Na última postagem falamos sobre a importância do tempo para nossa construção como sujeitos. Para ler, clique AQUI.

Mas, como trazer isso na prática da sala de aula?

Como falamos anteriormente, o tempo acaba se tornando abstrato e é assimilado por nós de forma inconsciente. Uma das maneiras de perceber o tempo no nosso cotidiano, de forma mais concreta, é trabalhar com a periodização.

Quando periodizamos o tempo, estamos trabalhando com ordenação, divisão e classificação de fatos e acontecimentos de acordo com critérios. Isso ocorre não só quando o assunto é fatos históricos em grande escala, pois também os cotidianos e pessoais passam pela periodização. É comum ouvir de pessoas à nossa volta “aquela foi a melhor época da minha vida” ou ainda “aquele foi o pior dia da minha vida”. 

Esse processo de organização temporal (e mesmo de hierarquização, organização por ordem de importância) é uma periodização da nossa História pessoal e diz muito sobre o que valorizamos, nossos valores, gostos, afetos e experiências. Além disso, nos proporciona uma percepção mais aguçada de tempo que interliga passado, presente e futuro, o que a BNCC chama de antes, durante, ao mesmo tempo e depois. Quem sabe assim conseguimos fugir um pouco do tempo cronológico e linear?

A proposta aqui é justamente essa: construir com nossos estudantes periodizações que quebrem com a ideia progressiva de tempo, de que estamos andando em linha reta. Além disso, que tal contar nossa história de vida partindo do futuro, e não do passado?

A primeira regra estabelecida é que está proibido criar linhas do tempo nesta atividade! Que tal um círculo do tempo? Ou um hexágono do tempo? Quem sabe, um triângulo do tempo… Deixe livre para que seus estudantes escolham o formato gráfico com o qual eles querem contar sua história! 

 

Para visualizar a imagem clique aqui.

 

A segunda regra é que os estudantes não podem seguir a ordenação tradicional passado > presente > futuro, pelo contrário, terão de seguir a lógica inversa: contar sua história partindo de algo que eles desejam para o futuro (o que chamamos de horizontes de expectativa) e ir em direção ao passado (aos espaços de experiência).

 

Habilidades mobilizadas (BNCC):

EF02HI06 Identificar e organizar, temporalmente, fatos da vida cotidiana, usando noções relacionadas ao tempo (antes, durante, ao mesmo tempo e depois).

EF01GE05 Observar e descrever ritmos naturais (dia e noite, variação de temperatura e umidade etc.) em diferentes escalas espaciais e temporais, comparando a sua realidade com outras.

EF03GE02 Identificar, em seus lugares de vivência, marcas de contribuição cultural e econômica de grupos de diferentes origens

EF04HI01 Reconhecer a história como resultado da ação do ser humano no tempo e no espaço, com base na identificação de mudanças e permanências ao longo do tempo.

 

*Texto escrito em parceria entre: Equipe Assessoria de História e Ensino Religioso e a Professora Daniela Pereira da Silva

 

Sempre que precisar entre em contato conosco: historia@aprendebrasil.com.br
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Referências:
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf>. Acesso em: maio, 2018.
WHITROW, G. J. O Tempo na História. Rio de Janeiro. Editora Zahar, 1993.
FERREIRA, Marieta de Morais; OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. Dicionário de Ensino de História. Editora FGV, 2019
Baptista, A. M. H. (2013). Tempo e espaço na cultura japonesa, de Shuichi Kato. São Paulo: Estação Liberdade, 2012. EccoS Revista Científica, (31), 234-238.

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24/02/2021 - Ensino Religioso, História

Dialoga, Brasil! ...

  Palavras-chave: Filmes, trabalho escolar, criatividade   Segmento/ano: Ensino fundamental Olá! Quando falamos do uso de filmes na sala de aula, abrimos uma grande porta criativa que mora entre a realidade e ...

24/02/2021 - Ensino Religioso, História

Dialoga, Brasil! – O uso de filmes da sala de aula

 

Palavras-chave:

Filmes, trabalho escolar, criatividade

 

Segmento/ano:

Ensino fundamental


Olá!

Quando falamos do uso de filmes na sala de aula, abrimos uma grande porta criativa que mora entre a realidade e a ficção.

Dessa forma, devemos observar produções audiovisuais como um produto cultural que carrega algumas marcas possíveis de expandir o repertório cultural dos estudantes:

 

“(…) no trabalho escolar com filmes, desde que devidamente organizado, o professor pode adensar esta experiência, para ele e para os seus alunos, exercitando o olhar crítico e encantado, ao mesmo tempo.” (NAPOLITANO, 2009, p. 15).

 

Para exemplificar, vamos falar um pouco sobre o filme A Missão (1986) e como ele pode ser usado no trabalho escolar?

 

 

Nessa obra, podemos, inicialmente, investigar o que representa fatos históricos.

Entre eles, é possível citar o encontro entre os europeus e os povos originários; as missões jesuíticas; a Guerra Guaranítica; entre outros eventos citados abaixo como representações de eventos históricos:

 

Para acessar o PDF clique na imagem ou AQUI.

 

Frente a esses fatos históricos presentes no filme, podemos nos questionar: e o que o filme representa que tende mais à ficção?

É possível aqui problematizar a construção dos personagens: os jesuítas representam mesmo uma alma caridosa e inocente perante os costumes indígenas? Será que a visão de que os indígenas “gostavam” da catequização pode ser romântica demais? Além disso, os povos originários são representados com um típico exotismo, reduzidos a um segundo plano da trama. Seria esse mesmo o papel que eles assumiram no contexto histórico de 1750?

 

Essas fragilidades do filme podem ser entendidas realizando alguns questionamentos:

 

  1. Quem produziu esse filme?
  2. Em que época foi produzido?
  3. Qual época ele retrata?
  4. Quem ele retrata?
  5. Quem é o narrador da trama?

 

As indagações acima nos levam a saber que o filme foi produzido na Inglaterra – no século XX – e retrata portugueses, espanhóis e ameríndios na América do Sul – no século XVIII. Também é importante destacar que a trama é narrada por um funcionário da corte.

Essa leitura mais ampla apura nosso olhar frente às fragilidades que um audiovisual pode apresentar. Neste caso, há uma reprodução de uma ideia civilizatória positiva dos europeus sobre os povos originários.

Esse simples roteiro de análise já se apresenta como uma atividade inicial de sondagem possível de realizar com os estudantes sobre um filme.

 

Mas, que tal desafiar um pouco mais nós e nossos estudantes?

 

“(…) seja qual for a demanda de trabalho, as atividades de cinema precisam ser dinâmicas, desafiadoras, interessantes para o público jovem e jovem adulto e, sobretudo, que contribuam para a formação geral e ampliação do seu repertório cultural.” (NAPOLITANO, 2009, p. 30).

 

Nem sempre a ficção leva a fragilidades! Ela pode ser um caminho de exercício da criatividade para os educandos.

Vamos explorar essa lado da ficção e suas potências para ensino religioso usando o filme A Missão (1986)  no nosso próximo post, fique ligado!

 

Te convidamos para aproveitar e assistir ao filme 🙂

 

 

Habilidades mobilizadas (BNCC):

(EF01ER01) Identificar e acolher as semelhanças e diferenças entre o eu, o outro e o nós.

(EF07ER08) Reconhecer o direito à liberdade de consciência, crença ou convicção, questionando concepções e práticas sociais que a violam.

(EF15AR25) Conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo-se suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.

(EF05HI10) Inventariar os patrimônios materiais e imateriais da humanidade e analisar mudanças e permanências desses patrimônios ao longo do tempo.

 

*Texto escrito em parceria entre: Equipe Assessoria de História e Ensino Religioso e a Professora Daniela Pereira da Silva

 

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Referências:
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf>. Acesso em: maio, 2018.
NAPOLITANO, Marcos. Cinema: experiência cultural e escolar. Secretaria de Educação, Estado de São Paulo. Caderno de cinema do professor dois. São Paulo: FDE, p. 10-31, 2009.
DE OLIVEIRA, Cláudia Neli B. Abuchaim. NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003.

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