História de vida como metodologia para o ensino de história e ensino religioso
Olá professores!
Você gosta de ler biografias? Já fez uso desse gênero literário em sala de aula? Você já percebeu como nossos alunos naturalmente se interessam mais por alguns personagens históricos do que por outros?
É comum que o interesse por algum personagem histórico parta do aluno, pois eles conhecem diversas figuras históricas por meio de jogos de videogames, internet e também filmes, sendo assim, sua curiosidade é aguçada em querer conhecer um pouco mais sobre tais pessoas. (LAVEZO, 2020, p. 5)
Mas, aqui queremos falar da história de vida para além das famosas biografias, que muitas vezes são usadas como roteiro para filmes e séries, pensamos a utilização da história de vida como metodologia que fomente em nossos alunos o aprendizado do conhecimento histórico, bem como a percepção deste aluno enquanto sujeito histórico, protagonista e não apenas coadjuvante na construção da História.
No século XIX, a disciplina de História estava vinculada ao estudo dos heróis, suas histórias e seus feitos, bem como fundamentada nos documentos oficiais, tendo em vista que a noção de veracidade era norteadora dos estudos históricos, ou seja, os demais documentos (visuais, materiais e orais) não eram tratados com credibilidade, somente os documentos oficiais escritos. (MALHEIROS e CAINELLI, p. 2)
Portanto, ao propor o uso da história de vida como metodologia nas aulas de história, não queremos limitar aos locais dos fatos históricos, bem como os nomes, datas, motivos e consequências, associadas aos mesmos.
O conceito sobre a história vista de baixo, abordado por Jim Sharpe (2011) em seu capítulo, no livro “A escrita da história: novas perspectivas”, organizado por Peter Burke (2011), traz justamente esse contexto dos “bastidores” da história, dando exemplos de documentos deixados por “pessoas comuns”, que participaram de um fato histórico (guerra, revolução, por exemplo), e que contam sobre o mesmo, a partir de seu ponto de vista, ou de sua participação. Seria, basicamente, a história sendo relatada sob um outro olhar, uma nova perspectiva, um ângulo ainda não observado. (MALHEIROS e CAINELLI, p. 3)
Com isso, percebemos a história de vida como metodologia para desenvolvermos “conteúdos como preconceito racial, divulgação científica, política e mídias, educação, gênero, entre outros, a partir de biografias”.
A biografia se apresenta como um meio que possibilita e também facilita a discussão histórica porque desperta a curiosidade dos alunos em razão de nomes e faces de processos históricos. Não se trata de voltar à velha História tradicional, àquela dos grandes homens, mas sim de contribui à História Social e Cultural. (MALHEIROS e CAINELLI, p. 4)
Conhecer a história de sujeitos históricos que ao longo dos anos foram marginalizado permite-se desenvolver a “empatia história”, ou “empatia pedagógica”, definida por Anilton Diogo Santos (2017). Com isso, nosso aluno pode cada vez mais se perceber como agente histórico.
Apresentar diferentes histórias de vida é a proposta do Museu da Pessoa, acesse o site e conheça esse trabalho.
O que acha de fazer o Museu da Pessoa com história do seu município? Peça que seus alunos pesquisem, entrevistem pessoas locais, para que assim entendam melhor e seu meio e se perceba como pertencente à ele.
Daqui em diante você verá, no nosso Blog, diversas postagem sobre diferentes histórias de vida, esperamos que essas postagens incentivem ainda mais o seu trabalho com essa metodologia.
Bom trabalho!
Equipe Assessoria de História e Ensino Religioso
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Referências:
MALHEIROS, Eliane dos Santos; CAINELLI, Marlene Rosa. A HISTÓRIA DE VIDA COMO METODOLOGIA PARA O ENSINO DE HISTÓRIA. Disponível em: <https://dspace.unila.edu.br/bitstream/handle/123456789/4193/78027.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 18 mar 2022.
LAVEZO, Juliana. A BIOGRAFIA NAS AULAS DE HISTÓRIA: EXPERIÊNCIAS EM SALA DE AULA. XI Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História, História, Memórias e Projetos para o ensino de História no Brasil, 2020. Disponível em: <https://www.perspectivas2020.abeh.org.br/resources/anais/19/epeh2020/1606789630_ARQUIVO_4adb88d25cbe550bb37616601374b81f.pdf>. Acesso em: 18 mar 2022.
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