27/07/2020 - Ensino Religioso, História

A primeira Missa no Brasil: possibilidades interdisciplinares

Olá Professores e Professoras!

 

No dia 26 de abril de 1500 aconteceu a Primeira Missa no Brasil. Um evento natural, se considerarmos que uma das características do processo de colonização era também expandir a fé católica pelo mundo, fé esta totalmente atrelada ao poder político das monarquias da época.

Este momento histórico gerou algumas interpretações iconográficas muito interessante e que podem nos ajudar em muito a trabalhar nossos componentes curriculares em sala de aula.

Destacamos aqui duas obras de arte relativamente conhecidas.

 

A primeira é uma tela de 268 x 356 cm de tamanho e se encontra no Museu Nacional de Belas Artes.

A Primeira Missa no Brasil.. Fotografia. Britannica ImageQuest, Encyclopædia Britannica, 22 Out 2018.
quest.eb.com/search/144_2850149/1/144_2850149/cite. Acessado em 9 Jun 2020.

 

O autor, Victor Meirelles, tem uma longa e importante história na construção de visões memoráveis da história do Brasil. Clique aqui para conhecer um pouco mais sobre sua biografia.

Na obra de Meirelles é possível vermos uma ênfase muito significativa da cruz e da liturgia como elementos centrais. Outro elemento decisivo é a presença de dezenas de índios que aparentemente observam a cena de maneira curiosa e até encantada. O autor também se preocupou em apresentar a cena em simbiose com a natureza do novo mundo.

 

Outra obra significativa sobre o tema é a Primeira Missa de Cândido Portinari, esta por sua vez, produzida em 1948.

A Primeira Missa no Brasil – 1948 Cândido Portinari

 

A obra tem 271 x 501 cm e pertence ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC).  Portinari também ganhou destaque em um período posterior, retratando o Brasil de uma forma muito peculiar. Para saber mais sobre a sua vida, clicando aqui.

Portinari trabalha com outra noção de representação de cena. Se observarmos atentamente veremos que a cena é mais “carregada”, digamos assim. Há uma série muito grande na prostração dos personagens diante o altar e a presença de indígenas não é tão evidente como a obra de Meirelles.

As duas obras de arte em questão podem nos ajudar a superar as abordagens tradicionais sobre o tema. Algumas questões podem ser sugeridas aos nossos alunos, por meio das obras, antes mesmo de abordarmos o evento em si, estimulando-os ao protagonismo na construção do conhecimento, por exemplo:

 

1 Quais as diferenças de estilo em cada uma das obras?

2 Como os personagens são retratados comparativamente?

3 A forma de retratar os personagens diz algo sobre o olhar de cada um dos artistas e sobre o momento histórico retratado?

 

Disto isto podemos pensar junto dos alunos o contexto de produção de cada uma da sobras e como ele influenciou essa produção. Como é pensar este evento histórico em 1860 e em 1948? Estas reflexões iniciais podem tornar a abordagem do evento ainda mais interessante.

Para os professores de História do Ensino Fundamental Anos Iniciais as obras podem ajudar muito, já que os alunos estão aprendendo sobre configurações familiares indígenas, assim como vestuário.

Já para Ensino Religioso este estudo pode auxiliar a desenvolver habilidades, tais como:

 

(EF04ER05) Identificar representações religiosas em diferentes expressões artísticas (pinturas, arquitetura, esculturas, ícones, símbolos, imagens), reconhecendo-as como parte da identidade de diferentes culturas e tradições religiosas.

 

No Ensino Fundamental Anos Finais as obras permitem que os alunos debatam temas como o imaginário acerca de nossa história e como movimentos importantes como o Modernismo (conteúdo de Arte) tiveram relevância no questionamento desses padrões.

 

Conheça outras possíveis relações e interpretações das obras no documento Quando o Brasil Amanhecia, elaborado pelo Museu Nacional de Belas Artes, clicando aqui.

 

O que achou da proposta? Compartilhe conosco nos comentários.

 

 

Equipe Assessoria de História e Ensino Religioso

 

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