13/05/2020 - Ensino Religioso, História, Tecnologia Educacional

A vida em comunidade

Olá Educadores!

 

Retomando nossas discussões sobre a série de vídeos Conectados e Globalizados, hoje queremos falar das comunidades.

Como conversamos anteriormente, “nós, seres humanos, combinamos as influencias que recebemos por meio do estímulo que selecionamos, consideramos ou ignoramos, dos cenários e dos pares que escolhemos, das reações que causamos e das sensibilidades diferentes que ativamos. Somos o resultado de uma história específica de interações e de um modo construído de organização destas” (PÉREZ GÓMES, 2015, 49).

Nosso primeiro grupo de influência é, usualmente, a família e dali ampliamos nossos espaços, criando o que podemos chamar de uma comunidade local ou íntima. O historiados Yuval Noah Harari define que “uma ‘comunidade íntima’ é um grupo de pessoas que se conhecem bem e dependem umas das outras para a sobrevivência” (HARARI, 2018, p. 476).

Mas, como destaca Pérez Gómez “é importante, portanto, destacar claramente que a internet nos permite sair da comunidade local que constitui o cenário vital de cada indivíduo, porém não apenas como um espectador passivo de acontecimentos alheios que ocorrem distantes no espaço e no tempo” (PÉREZ GÓMEZ, 2015, p. 21).

Ou seja, podemos participar de outras comunidades mesmo sem nos deslocarmos fisicamente até elas, afinal “os seres humanos não habitam apenas no espaço físico ou geométrico, vivem também, e simultaneamente, em espaços afetivos, estéticos, sociais, históricos: espaços de significação, em geral” (LÉVY, 2015, p. 128).

Este tipo de relação pode dar origem ao que Harari chama de comunidade imaginada, que segundo ele “é uma comunidade de pessoas que não se conhecem de fato, mas imaginam que sim” (HARARI, 2018, p. 485). O historiador apresenta que essa forma de comunidade pode ser religiosa, movimentos sociais, até mesmo as chamadas tribos urbanas, ou seja, são grupos de pessoas que se unem em prol de um objetivo ou crença em comum, podendo ser bastante heterogêneo, mas existe algo em comum.

Vamos pensar como essa comunidade imaginada pode ser apresentada nas redes sociais digitais: uma pessoa pode aderir a grupos de ideologias políticas, clube de leitura, grupos de estudos para compartilhar e trocar informações com outros indivíduos que, talvez, nunca se conheçam pessoalmente. É claro, que está união pode contribuir para a aprendizagem, desenvolvimento humanos, mas, também, pode alimentar discursos de ódio, dando força para aqueles que não se manifestariam sozinhos.

Cabe destacar que, segundo Yuval Noah Harari “ao longo da história, tais comunidades imaginadas exerceram um papel secundário com relação às comunidades íntimas de várias dezenas de pessoas que se conheciam muito bem. As comunidades íntimas preenchiam as necessidades emocionais de seus membros e eram essenciais para a sobrevivência e o bem-estar de todos. Nos últimos, dois séculos, as comunidades íntimas definharam, e as comunidades imaginadas preencheram o vácuo emocional” (HARARI, 2015, p. 485).

 

Para assistir ao vídeo A vida em comunidade, clique aqui.

 

Pérez Gómez (2015, p. 17) afirma que “o cenário social, local e global se transformou tão radicalmente que os seres humanos, como cidadãos, enfrentam um clima de insegurança, incerteza e medo, tanto como de possibilidades, aspirações e oportunidades imprevistas, em um mundo de fluxos globais, cujos valores, interesses, códigos e aspirações ultrapassam amplamente os padrões culturais familiares e as possibilidades de que os adultos próximos se constituam em exemplos úteis”.

É nesse sentido que cabe resgatar a comunidade íntima, pois é nela que se aprende sobre valores, ética e moral, pois mesmo ganhando força com o avanço tecnológico, esta comunidade ainda pode ser ponto de referência na formação do indivíduo, pois “assim como a família nuclear, a comunidade não poderia desaparecer completamente do mundo sem algum substituto emocional. Hoje, os mercados e os Estados atendem a maior parte das necessidades materiais que um dia eram atendidas pelas comunidades, mas também precisam proporcionar vínculos tribais” (HARARI, 2018, p. 484).

Antes de aprofundarmos nossas discussões sobre o lugar das comunidades intimas, ou seja, de diferentes instituições sociais neste contexto, precisamos pensar sobre os impactos da globalização e conectividades das relações humanas na juventude.

 

Acompanhe a continuidade dos vídeos e postagens da série Conectados e Globalizados, muitos dos assuntos abordados até aqui, ainda serão debatidos.

 

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Referências:
FRIEDMAN, Thomas L. Obrigado pelo atraso: Um guia otimista para sobreviver em um mundo cada vez mais veloz. Rio de Janeiro: Objetiva, 2017.
HARARI, Yuval Noah. Sapiens – Uma breve história da humanidade. Porto Alegre: RS: L&PM, 2018.
LÉVY, Pierre. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo: Edições Loyola, 2015.
PÉREZ GÓMEZ, Ángel. Educação na era digital: a escola educativa. Porto Alegra: Penso, 2015.

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