Estamos interconectados?
Olá, Educadores!
Estamos na segunda etapa da nossa série de vídeos Conectados e Globalizados.
Vamos lembrar que anteriormente discutimos o conceito de globalização e conexão, seguimos para compreensão de cultura digital e novos nômades, como afirma Lévy:
“o espaço do novo nomadismo não é o território geográfico, nem o das instituições ou o dos Estados, mas um espaço invisível de conhecimento, saberes, potências de pensamento em que brotam e se transformam qualidades de ser, maneiras de constituir sociedade (LÉVY, 2015, p. 15)”.
Para Lévy, este espaço é o ciberespaço. A partir desta discussão concordamos com Friedman (2017), ao apresentar que “globalização, para mim, sempre significou a capacidade de qualquer indivíduo ou companhia de competir, conectar, trocar ou colaborar globalmente. E, por essa definição, a globalização está agora explodindo”.
Pode-se usar essa compreensão de explosão, para entender o surgimento de medos e inseguranças diante deste mundo, como apresenta o sociólogo Manuel Castells quando diz que no contexto da cultura digital as relações socais não deixam de existir, mas se ressignificam, muitas vezes podendo ser fragilizadas.
Por isso, destacamos a ideia de se repensar laços sociais e, pensando a educação a relação com o saber. Por isso, hoje se fala cada vez mais do desenvolvimento de competências, segundo Lévy “pelas competências e conhecimentos que envolve, um percurso de vida pode alimentar um circuito de troca, alimentar uma sociabilidade do saber”, nesta troca entende-se que “poderei associar minhas competências às suas, de tal modo que atuemos melhor juntos do que separados” (LÉVY, 2015, 27-28).
Portanto, é na relação com o outro que aprendizagem acontece, “se os outros são fonte de conhecimento, a recíproca é imediata. Também eu, qualquer que seja minha provisória posição social, qualquer que seja a sentença que a instituição escolar tenha pronunciado a meu respeito, também sou para os outros uma oportunidade de aprendizado” (LÉVY, 2015, 28).
Para o filósofo Pierre Lévy, “na era do conhecimento, deixar de reconhecer o outro em sua inteligência é recusar-lhe sua verdadeira identidade social, é alimentar seu ressentimento e sua hostilidade, sua humilhação, a frustação de onde surge a violência. Em contrapartida, quando valorizamos o outro de acordo com o leque variado de seus saberes, permitimos que se identifique de um modo novo e positivo, contribuindo para mobilizá-lo” (LÉVY, 2015, 30).
Tais compreensões apresentadas por Lévy estão em acordo com diferentes correntes pedagógicas que emergiram nas últimas décadas evidenciando que o professor é responsável pela organização da aprendizagem, mas não o “detentor do saber”. Há muito tempo já se deixou de crer na visão da criança como “tábula rasa”.
É nesse sentido que as relações humanas ainda ganham força no desenvolvimento de qualquer ser humano, segundo Pérez Gómez (2015, p. 85) “nós, os humanos, dependemos desde sempre dos laços sociais que estabelecemos com as demais pessoas. Na época atual, caracterizada pela globalização e interdependência, os poderosíssimos movimentos migratórios e a constituição multicultural das sociedades, cresce a diversidade social e individual, e é necessário o desenvolvimento individual e grupal de competências que envolvam saber e querer conviver e funcionar em diferentes grupos humanos com maior ou menor grau de heterogeneidade”.
Portanto, “eu sou porque todos nós somos”.
Para assistir ao vídeo Relações humanas conectadas e globalizadas, clique aqui.
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Acompanhe a continuidade dos vídeos e postagens da série Conectados e Globalizados, muitos dos assuntos abordados até aqui, ainda serão debatidos.
Equipe Assessoria de História
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Referências:
FRIEDMAN, Thomas L. Obrigado pelo atraso: Um guia otimista para sobreviver em um mundo cada vez mais veloz. Rio de Janeiro: Objetiva, 2017.
LÉVY, Pierre. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo: Edições Loyola, 2015.
PÉREZ GÓMEZ, Ángel. Educação na era digital: a escola educativa. Porto Alegra: Penso, 2015.
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